Tenha a gentileza e a ética ao reproduzir os textos originais deste blog ou de qualquer outro, colocar claramente a fonte de onde foi retirado, no início ou na apresentação do texto com um link direto para o texto original. Poucos criam enquanto o restante todo copia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Desordens dos circuitos neuronais do autismo são reversíveis, diz um novo estudo:


Esta notícia é tão maravilhosa, renova tanto as minhas esperanças, que não poderia deixar de traduzi-la e compartilhá-la.
Reforça também a minha opinião de manter uma dieta mínima em glutamato para autistas, mesmo que por enquanto estudos e médicos digam que não tem nada a ver.
Pra mim faz todo o sentido e tem ajudado sim.

Redes sinápticas em cérebro de roedores de autismo. (Crédito: Stephane Baudouin) 


Tradução Claudia Marcelino.

Science Daily (14 de setembro de 2012) - As pessoas com autismo sofrem de um transtorno invasivo do desenvolvimento do cérebro, que se torna evidente na primeira infância. Peter Scheiffele e Kaspar Vogt, professores do Bio centro da Universidade de Basel, identificaram uma disfunção específica em circuitos neuronais que é causada pelo autismo. Na revista Science, os cientistas também relatam sobre o seu sucesso em reverter essas mudanças neuronais. Estas descobertas são um passo importante no desenvolvimento de medicamentos para o tratamento para o autismo.

Segundo estimativas atuais, cerca de um por cento de todas as crianças desenvolvem um transtorno do espectro autista. Indivíduos com autismo podem apresentar comportamento social prejudicado, padrões rígidos de comportamento e desenvolvimento da fala limitado. O autismo é um distúrbio hereditário de desenvolvimento do cérebro. Um fator de risco principal para o desenvolvimento de autismo são inúmeras mutações em mais de 300 genes que foram identificados, incluindo o gene neuroligina-3, que está envolvido na formação de sinapses, a junção de contato entre as células nervosas.

A perda da neuroligina-3 interfere com a transmissão do sinal neuronal.
As consequências da perda de neuroligina-3 podem ser estudadas em modelos animais. Camundongos sem o gene para a neuroligina-3 desenvolvem padrões comportamentais que refletem aspectos importantes observados no autismo. Em colaboração com o laboratório Roche grupos de pesquisa da Universidade de Basileia já identificaram um defeito no sinal de transmissão sináptica que interfere com a função e plasticidade dos circuitos neuronais.
Estes efeitos negativos são associados com o aumento da produção de um receptor de glutamato neuronal específico, o qual modula a transmissão de sinais entre os neurônios.
Um excesso desses receptores de glutamato inibe a adaptação do sinal de transmissão sináptica durante o processo de aprendizagem, assim perturbando o desenvolvimento e função do cérebro, a longo prazo.

Da maior importância é a constatação de que a impossibilidade de desenvolvimento do circuito neuronal no cérebro é reversível. 

Quando os cientistas reativaram a produção de neuroligina-3 em ratinhos, as células nervosas reduziram a produção de receptores de glutamato para um nível normal e os defeitos estruturais no cérebro típico para o autismo desapareceram. Assim, estes receptores do glutamato podem ser um alvo farmacológico adequado, a fim de parar a desordem de desenvolvimento do autismo, ou mesmo inverter isto.

Visão para o futuro: Medicação para o autismo:

O autismo atualmente não pode ser curado. Atualmente, apenas os sintomas da doença podem ser aliviados por meio de terapia comportamental e outros tratamentos. Uma nova abordagem para o tratamento, no entanto, foi descoberta por meio dos resultados obtidos neste estudo. Em um dos projetos apoiados pela União Europeia, EU-Aims, os grupos de pesquisa da Biozentrum estão trabalhando em colaboração com a Roche e outros parceiros na indústria sobre como aplicar os antagonistas dos receptores de glutamato para o tratamento do autismo e esperança, de que, no futuro, esta desordem possa ser tratada com sucesso em crianças e adultos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Terra Diatomácea para a recuperação metabólica:

Por Claudia Marcelino.

Já falei aqui no blog sobre as maravilhas das argilas para a limpeza do intestino e do trato digestivo e os benefícios que este feito pode trazer para a nossa saúde.
Quem se interessa por meios naturais para o tratamento do autismo, sempre ouvirá sobre o impacto de fungos, parasitas, leveduras e vermes sobre o sistema imunológico e a qualidade de vida de autistas.

A pouco tempo na constante troca de informações de pais em grupos de discussão, conheci a terra diatomácea - Diatomaceous Earth, ou simplesmente: DE.

Terra diatomácea consiste de restos fossilizados de diatomáceas, um tipo de alga unicelular de carapaça dura, que é moída e transformada em um pó tão fino quanto um talco e de coloração off white. Estas diatomáceas fossilizadas são de fontes de água doce e salgada. Os depósitos de água doce são as puras o suficiente para o consumo humano.

A terra diatomácea para consumo interno, cuidado, pois, também há a de uso industrial, consiste de 85% de sílica amorfa e cerca de 20 minerais.
Sílica desempenha um papel importante em muitas funções do corpo e tem uma relação direta com a absorção de minerais como o cálcio e o fósforo.

Como a terra diatomácea trabalha em nosso corpo?



1. Como vocês podem ver na imagem acima de partículas de DE aumentadas 7000 vezes, elas são como um cilindro cheio de buracos. Este cilindro tem uma carga negativa muito forte. Quando estes milhões de cilindros se movem através do estômago e trato digestivo, atraem e absorvem as bactérias, fungos, protozoários, vírus, endotoxinas, pesticidas, e resíduos de drogas, E-Coli, e os metais pesados. Estes agentes são presos no interior do cilindro e excretados para fora do corpo. Além disso, os parasitas maiores, vermes, que estejam no estômago ou do trato digestivo são "cortados" e mortos pelas bordas afiadas da DE.
Todas estas atividades resultam em um corpo muito mais saudável, com menos doença.

2. DE é muito dura. Os diamantes tem uma escala de dureza 9, DE é um 7.
Isto é muito importante, porque, quando os milhões de cilindros minúsculos rígidos e afiados de DE passam através dos intestinos delgado e grosso, eles "limpam" as paredes (Nota: sem prejudicar a parede intestinal). Depois de apenas alguns meses tomando a terra diatomácea, a parede do intestino não é mais revestida com muco e leveduras!
Assim, a DE ajuda a promover movimentos intestinais regulares e um cólon saudável. Um cólon limpo e saudável previne pólipos, câncer, úlceras e desintoxicação contínua do corpo.
 Um cólon, revestido de toxinas não permite muitos nutrientes da nossa alimentação serem devidamente absorvidos.



3. Uma pequena quantidade de terra de diatomácea de grau alimentar é absorvida na corrente sanguínea. Quando estas partículas se movem pelo corpo, limpam os vasos sanguíneos e também destroem gorduras ruins, melhorando assim a pressão arterial e os níveis de colesterol.

4. O maior e melhor efeito da DE em geral seria o seu efeito vermífugo, eliminando vermes de forma natural sem os efeitos colaterais das medicações, podendo ser consumida por crianças, gestantes e até animais domésticos e usando-a de forma contínua para ação preventiva.

Outro fator interessante de uso da terra diatomácea é que ela é um pesticida natural sem risco de intoxicação para o tratamento de pragas domiciliares como: piolhos, carrapatos, pulgas e ácaros.
Nesta época de alternativas ecologicamente corretas, é uma excelente alternativa aos produtos químicos tão fortes e que provocam tantos efeitos colaterais.

Eu e meu filho temos tomado a DE a aproximadamente um mês, todos os dias, 1 colher de chá misturada em água, 2 vezes ao dia, uma pela manhã, uma a noite.
Pela manhã adicionamos também a argila verde.
Tenho notado as fezes mais macias e nas primeiras semanas percebi restos de vermes nas minhas fezes sem nenhuma análise mais profunda.
Certamente é uma excelente opção de desintoxicação.

Maiores informações:

http://www.earthworkshealth.com/How-Diatomaceous-Earth-Works.php

http://www.naturalnews.com/030875_diatomaceous_earth_supplement.html

http://wolfcreekranch1.tripod.com/buy_diatomaceous_earth.html

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Oxitocina e o Cérebro Social no Autismo:



Por Claudia Marcelino.

O uso da oxitocina para o tratamento do autismo não é uma novidade para quem acompanha as notícias relacionadas ao transtorno.
O burburinho nos grupos de discussão foi grande em 2010 (embora o início das pesquisas data de 1998) quando foi divulgado um estudo feito por um grupo de cientistas avaliando o desempenho social de 13 voluntários com autismo de alto funcionamento através de um jogo no computador. Como foi feita esta pesquisa está bem descrito neste link.

Confesso que na época não tive o mínimo interesse no assunto. Por quê?

Repensando em por que esse assunto passou sem me chamar a atenção, descobri que o fato de ter sido feito com autistas de alto funcionamento foi o que mais me bloqueou: não é a minha realidade, meu filho é autista clássico e sofremos com tantos sintomas que a meu ver eram mais urgentes, como: hiperatividade, agitação vocal, estereotipias... do que um melhor desempenho social, pensava. Até porque, eu não tinha entendido no quê a oxcitocina mexia para melhorar este desempenho social.

Mas agora a oxcitocina voltou aos círculos de discussões com outro estudo duplo-cego (utilizando a droga e um placebo) feito pela Universidade de Yale, com um grupo bem maior de pacientes, com e sem alto funcionamento e de várias idades.
Aliado a isso, passo por um momento de descoberta com meu filho: de uns tempos para cá, temos percebido (família e terapeutas) que ele está mais presente, mais sociável, com respostas verbais e em ações, mais rápidas.
E como isso aconteceu? O que mudou?
Então percebi que o seu processamento cerebral está melhor. Só não entendia o por quê disso estar acontecendo.

Aí...
A poucos dias numa troca de mensagens em um grupo americano, uma mãe falou em "Auditory Processing Delay" - Atraso no processamento auditivo: eles escutam, mas demoram a processar a informação ouvida, isto quando processam. E este processo leva a demora da resposta, impactando logicamente o seu desempenho social. Então consegui dar nome à melhora vista em meu filho: ele melhorou neste processamento auditivo.
Como? Eu não sei :) Fazemos vários tratamentos ao mesmo tempo, só sei que melhorou e não foi com a oxitocina, pois não a usamos ainda.

Mas... lendo sobre a oxitocina e o novo estudo apresentado na IMFAR - International Meeting For Autism Research, me parece que são nestas sutilezas  de coisas aparentemente sem importância para as habilidades sociais, que a oxitocina mexe.

Este estudo em larga escala mais recente de Yale, feito com pacientes entre 7 e 18 anos, ainda está em andamento e não foi publicado, mas os resultados preliminares tem sido esperançosos não para uma cura, mas para um melhor desempenho do autista contribuindo com a sua qualidade de vida.
No estudo eles dão uma única dose de oxitocina em spray nasal e imediatamente após fazem um exame de ressonância magnética funcional do cérebro.

Os resultados revelam um aumento quase que imediato de ativação de regiões do cérebro conhecidas por controlar a comunicação e o desempenho social envolvidos no autismo, como pode ser visto na imagem acima.
Um dos pesquisadores disse que as regiões ativadas, estão envolvidas em várias rotas de processamento de informação social, como: ver, ouvir e processar informações relevante ao entendimento de outras pessoas.

Para mais informações:

http://www.huffingtonpost.co.uk/2012/05/21/health-oxytocin-improves-autism-brain-function_n_1532390.html

http://www.sciencedaily.com/releases/2012/05/120519213236.htm

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/984801-hormonio-cerebral-e-testado-para-tratar-pessoa-com-autismo.shtml

http://psychcentral.com/lib/2008/about-oxytocin/all/1/

http://www.sagelearningcenter.com/images/articles/WhatIsAuditory.pdf



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Distúrbios Comportamentais e Intolerância a Fenóis:

Por Claudia Marcelino:

Distúrbios comportamentais podem estar intimamente ligados à intolerâncias alimentares e em muitos casos, esta intolerância pode ser a fenóis.
Muitas vezes podemos fazer um controle natural do comportamento de pessoas com o espectro autista, TDA ou TDAH, fazendo uma avaliação cuidadosa e criteriosa relacionando o consumo alimentar aos sintomas que se apresentam, evitando desta forma o uso de medicamentos e calmantes com perigosos efeitos colaterais.


Imagem retirada daqui.


No meu post sobre "Alergia Cerebral e Autismo" vocês poderão ver que fenóis se tornaram meu maior pesadelo numa fase de vida de meu filho. E sim, como a nossa vida e nossa saúde se constrói a cada dia, podemos desenvolver intolerância à fenóis a qualquer momento e também nos livrarmos dela.
Estima-se que 80% de pessoas no espectro autista possa em algum momento, ter intolerância a fenóis e salicilatos.

Fenóis estão presentes em corantes alimentares, sabores e conservantes artificiais.
Mas o grande problema é que alimentos naturais e considerados saudáveis são muito ricos em fenóis como frutas e legumes bem coloridos, ricos em bioflavonóides e em carotenóides (caroteno, luteína, licopeno, xantofila, e zeaxantina). O que torna a situação bem difícil para os que possuem esta intolerância.
Quase todos os alimentos têm fenóis, mas em quantidades variáveis.
Os salicilatos são um subgrupo de fenóis.
Salicilato é um grupo de substâncias químicas relacionadas com a aspirina. Existem vários tipos de salicilato de plantas, que fazem como um pesticida natural para se proteger. Alimentos ricos em salicilatos naturais são tomates, maçãs, laranjas, amendoim, cacau (chocolate), uvas vermelhas, café, todas as frutas, pimentas, chás, frutas silvestres... para citar alguns.

A intolerância à fenóis e salicilatos está intimamente relacionada a deficiência de sulfato, à deficiência da enzima PST e à fase II de desintoxicação do fígado.
Os compostos lipossolúveis dependem das duas fases de desintoxicação. Na fase I eles são inicialmente biotransformados em fenóis pela introdução de um grupo hidroxila (-OH) e, o fenol formado, é então conjugado por uma reação da fase II (sulfatação) em fenil sulfato.
Não havendo sulfato disponível para esta função, há um acúmulo de fenóis no organismo que pioram quando mais fenóis são ingeridos, pois fenóis e aminas também são produzidos em nosso organismo por bactérias, leveduras e fungos.

Os sintomas de deficiência de sulfato e consequente problemas com fenóis / salicilatos, são:

- Orelhas e bochechas avermelhadas,
- Hiperatividade motora e vocal,
- Riso inapropriado,
- Suor noturno,
- Olheiras,
- Sede excessiva,
- Eczemas,
- Rubor facial,
- Dificuldade para dormir,
- Sono perturbado e roupa de cama com odor forte,
- Algumas pessoas tem fortes problemas de regulação das emoções.
- Meu filho também apresentava incontinência urinária ou constante irritação e manipulação da genitália.

As reações a fenóis em meu filho se manifestavam como:

Tremor nas mãos, batimento cardíaco acelerado, flushings no rosto, dilatação da pupila, constante estado de alerta, agitação motora (movimentação constante, flappings e steemings) e vocal com ecolalia repetitiva, desconcentração, auto-agressão, alteração bipolar (hora chorando, hora risadas histéricas) com duração de 7 a 10 dias. 


Estas bolinhas no antebraço melhoraram muito com medicação anti acne, mas agravam um pouco sempre que há reação ao fenol:





A artista autista, Donna Williams, relata em seus textos que salicilatos a transformavam em uma besta-fera.
Muitas de nós mães de autistas podemos nos identificar com seus relatos ao vermos nossas crianças algumas vezes totalmente descompensadas.

Dr. Rosemary Waring verificou que a maioria das crianças do espectro do autismo tem baixos níveis de sulfato devido a uma deficiência na via PST. Esta via de desintoxicação processa compostos fenólicos, incluindo salicilatos (os salicilatos são um subconjunto de fenóis), corantes alimentares artificiais, aromatizantes artificiais, alguns conservantes e hormônios. Além de requerer a PST, a pesquisadora encontrou que os salicilatos ainda suprimem a atividade de qualquer enzima PST presente, tornando as coisas piores. Corantes alimentares também têm sido mostrados que inibem a enzima PST.


Há duas maneiras que você pode aliviar a carga tóxica na via PST:

Uma delas é a redução da quantidade de fenóis e toxinas que entram no corpo. Esta é a base do Programa Feingold.
Então você deve eliminar o consumo de alimentos e substâncias ricos em fenóis:
Retire as comidas amarelas e vermelhas (temperos como: páprica, cúrcuma, coloral e frutas como: manga, mamão, uvas, todo tipo de berrie: morangos, mirtilos, açaí, framboesa, cereja...), cítricos, chocolate, chás, milho, banana, remédios com ácido salicílico, toda fonte de corante artificial.
Muitas vezes o consumo de enzimas próprias para a metabolização de fenóis, ajuda no consumo desses alimentos. Outras vezes, além de fazer uma dieta restrita, ainda deve-se tomar estas enzimas. Os casos são muito variáveis.
Estas enzimas são a No-Phenol da Houston Pharmaceuticals e a Carbdigest da Enzymedica.

Outra opção é aumentar o processo de desintoxicação e fornecer mais sulfato. Isso aumenta a quantidade de toxinas processadas e excretadas. Íons de sulfato podem não ser bem absorvidos pelo intestino, então simplesmente dar mais enxofre diretamente por ingestão de suplementos pode não produzir resultados satisfatórios. 
A forma mais eficaz de aumentar os níveis de sulfato no corpo é através do sulfato de magnésio com banhos ou o uso de cremes.


Oriente-se a respeito com um médico qualificado.
Certamente este déficit de sulfato e intolerância a fenóis pode ser a resposta para muitos dos distúrbios comportamentais de seu filho e eliminar ou administrar a causa, certamente trará mais benefícios do que tratar sintomas.


Mais informações:

http://healingautismandadhd.wordpress.com/diet-2/phenolssalicylates/

http://www.enzymestuff.com/epsomsalts.htm

http://www.feingold.org/

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Comorbidades Médicas associadas ao Autismo

Por Claudia Marcelino.

Eu estou a 21 anos nessa estrada do autismo.
Quando os médicos começaram a suspeitar do autismo de meu filho, passaram uma série de exames para descartar outras possibilidades como: surdez, danos neurológicos ou cerebrais, erros inatos do metabolismo, alguma condição genética ... Como na maioria absoluta dos casos, não havia nada de errado em seus exames e o diagnóstico de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, foi dado aos 5 anos de idade.
A partir daí eu tive a impressão que tinha parido o filho do Super Homem porque a sua única condição passou a ser o autismo.
Seu médico passou a ser um psiquiatra e quando chegava no consultório reclamando que meu filho não parava, urrava como um leão, urinava na cama todas as noites, tinha episódios de diarreia, se auto agredia, entre várias outras coisas, tudo o que ouvia era: AUTISMO É ASSIM MESMO!
Como assim?????????
Não era possível que eu tinha que me conformar que meu filho não teria jeito!
Nunca me solicitavam um simples exame de sangue, urina ou fezes, nunca!
Um interesse em tentar avaliar o que possivelmente poderia estar provocando aqueles sintomas que não fosse o autismo, então era pedir demais!
Seu tratamento médico por mais de 10 anos consistiu em trocas de medicação psiquiátrica e nada mais.

Foi somente aos 19 anos por total insistência e pesquisa minha, que descobri que meu filho apresentava alergia alimentar múltipla e severa que agravava absurdamente seu quadro de autismo.

Além da alergia alimentar, meu filho apresenta várias das condições abaixo que exemplificarei com um * ao lado.

Por isso, ao ler esta mensagem escrita pelo Dr. Kartzinel em seu blog, não poderia deixar de repassá-la e alertar aos pais para investigarem estas condições em seus filhos. Eles merecem gozar de uma vida saudável como qualquer um, além de ter uma grande melhora na sua qualidade de vida condicionada ao autismo.



Tradução Claudia Marcelino.

Sempre que eu considero uma abordagem médica para o tratamento de crianças com autismo, acabo ofendendo um contingente determinado de pessoas. Eles olham para o autismo como um presente ou até mesmo como uma parte daquilo que os tornam únicos e chegam a me pedir para parar o que implica que eles não tem uma "doença" que deve ser "curada".
Eu certamente não pretendo dizer que eles são menores do que qualquer um de qualquer forma, o que é a mais pura verdade! Em vez disso, eu simplesmente quero dizer que eles podem ter distúrbios médicos diagnosticáveis e tratáveis, se abordados, podem melhorar muito sua qualidade de vida.

Eu não acho que eu iria receber qualquer argumento sobre o tratamento de uma criança com autismo, que tem um braço quebrado. A criança tem um braço quebrado, e nada mais importa. O braço tem que ser "consertado" e fundido. Por que eu consideraria não tratar uma criança com autismo que tenha qualquer outra doença médica?
Na minha experiência clínica vejo que crianças com autismo têm muitos problemas médicos que necessitam serem abordados. Aqui está uma lista resumida dos problemas médicos tratáveis ​​que eu considero e trato na minha clínica.
A história dos pais, o exame físico, e os resultados de laboratório ajudarão a determinar como eu posso planejar um plano de tratamento para resolver estes problemas médicos.

Problemas intestinais:

• Doença Inflamatória Intestinal
• Refluxo gastro esofágico
• Gastrite
• Disbiose *
• Intestino permeável *
• Má absorção / má digestão *
• Constipação
• Diarreia
• Dor abdominal crônica
• Inchaço
• Excesso de produção de gás
• motilidade intestinal anormal

Problemas Imunológicos:

• Doenças recorrentes
• Alergias alimentares e ambientais*
• As infecções virais crônicas
• Inflamação crônica*
• Auto-Imunidade
• Deficiências do sistema imunitário

Problemas hematológicas (problemas com o sangue):

• Anemia
• Contagem baixa de glóbulos brancos
• Contagem elevada de plaquetas ou Plaquetopenia
• Glóbulos vermelhos pequenos ou grandes

Carências Nutricionais:

• Níveis anormais de vitaminas*
• Níveis anormais de minerais*
• Níveis anormais de ácidos graxos Omega 3*
• Deficiência de Proteína

Distúrbios Metabólicos:

• Funções do fígado elevadas
• Amônia elevada
• Ácido lático elevado
• Anormalidades de metilação
• Defeitos de dopamina
• Defeitos de sulfatação*
• Alterações de Purina
• Déficits Serotonina
• Déficits de Melatonina*
• Desintoxicação prejudicada*
• Mau funcionamento mitocondrial*

Doenças endócrinas:

• Painéis anormais da tireóide
• Produção de cortisol anormal
• Produção de testosterona anormal
• Produção anormal do hormônio do crescimento
• Utilização anormal da glicose

Distúrbios Neurológicos:

• Hipotonia
• Convulsões
• Disfunção Sensorial*
• Irregularidades de perfusão cerebral
• Alterações do ciclo sono
• Estereotipias (Stimming)*
• Incapacidades Visuais
• Deficiências Auditivas
• Dores de cabeça e enxaquecas

Eu descobri que muitos dos sintomas de autismo como uma criança não dormir durante a noite pode ser totalmente eliminado quando a intervenção terapêutica é iniciada direito. Estas crianças não merecem ser saudáveis? Claro que sim.
Haverão aqueles que, suponho, irão discordar com a própria noção de considerar um hemograma de uma criança que por acaso tem autismo.
Winnie the Pooh descreve essas pessoas muito bem: "Por ser um urso do cérebro muito pequeno, palavras longas me incomodam."

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Autismo e Distúrbios do Sono

Este é um assunto que aflige a muitas famílias e a anos passamos por esta situação em nossa casa.
Meu filho dormia muito bem até os 4 anos, quando de um momento para o outro começou a acordar de madrugada e voltar a dormir manhã. Com o tempo as manifestações foram se modificando: dormindo quase de manhã, ou simplesmente não dormindo hora alguma.

Tentamos de tudo e todas as soluções naturais por aqui até hoje tem sido cíclicas: funcionam por determinado período, aí temos que reformular a abordagem de combinações.
Sim, com meu filho só funciona um conjunto de intervenções e suplementos.
Tem alguns bons estudos mostrando a eficácia da melatonina para o sono de autistas, aqui, só ela, em qualquer quantidade, não faz efeito.
A intervenção dietética nos ajudou em diversos aspectos, mas não solucionou e nem melhorou a situação do sono. A medicação alopática foi nossa aliada por anos: 6 gotinhas de neuleptil + 1 comprimido de fenergan, o colocavam a nocaute em 1 hora.
Até que num descuido ele tomou um vidro inteiro do neuroléptico que duraria seguramente uns 5 meses o que quase o levou a morte a alguns meses atrás.
Foi uma situação realmente assustadora, tão assustadora que jurei que jamais ele voltaria a tomar estes medicamentos novamente.

Hoje ele está tomando uma conjugação de melatonina + skullcap (erva que promove relaxamento muscular e alívio da ansiedade) + inositol na hora de ir para a cama.
Já descobri que não posso dar ervas relaxantes durante o dia, pois senão a dosagem da noite perde efeito.
A atividade física moderada também ajuda, salientando bem o moderada. Isto no seu caso significa caminhadas diárias para a escola e as terapias. Atividades físicas mais intensas provocam o não relaxamento e a falta de sono, justamente o que queremos combater.
Demorou muito para eu descobrir isso, achava que quanto mais atividade, melhor. Isto nos custou muitas noites de sono.

Esta postagem do Dr. Kartzinel é excelente, mostra diversas abordagens que podem funcionar muito bem.
O que gostei é que há uma programação a seguir, resolvendo causas mais óbvias e comuns e os alopáticos são deixados para último caso.

Meu filho é do tipo que não consegue desligar para dormir, pode ficar acordado por 36 horas direto, embora não seja frequente.
Assegurar uma boa noite de sono é fundamental para a saúde da criança e de toda a sua família.


http://mendingautism.com/articles/lets-talk-about-sleep/#more-167

Tradução: Claudia Marcelino.


A maioria das crianças que vejo na minha clínica inicialmente estão tendo enormes dificuldades com o sono. Esses distúrbios do sono podem se manifestar de muitas maneiras diferentes:
• Não é capaz de desligar ou se concentrar para dormir;
• Não consegue dormir cedo, no horário adequado;
• Dorme, inicia dormindo bem, mas acorda no meio da noite e está pronta para as próximas 18 horas;
• Tiram cochilos em torno de 20 minutos.

Algumas das crianças que eu vejo de fato desenvolvem padrões de sono normais e entre 1 e 2 anos de idade esses padrões desmoronam. Os distúrbios podem acontecer de forma abrupta ou ao longo do tempo. Geralmente os pais se adaptam e desenvolvem algumas maneiras muito peculiares de lidar com isso ... só para dormir um pouco!

Interrupções do sono podem se manifestar de diferentes formas, bem como, como a criança acorda:

• Em pânico completo
• Gargalhando e rindo
• Chorando e soluçando
• Saindo gritando
• Com certas necessidades, como as luzes acesas, a TV, o que requer um pai dormindo perto deles
• Com movimento do intestino e necessitando de banheiro
• Feliz por estar acordado (geralmente para o desespero dos pais)
• Alguns pais têm que dar uma volta de carro para a criança voltar a dormir!

Nós certamente precisamos descobrir a causa ou as causas dos problemas de sono. Eu costumo começar com o intestino.
As questões a abordar são:
• Constipação ou diarreia;
• Mudar a dieta: começar dieta sem caseína (sem leite), seguido de dieta sem glúten.

Foi publicado, na verdade a mais de 20 anos, que há um subgrupo de crianças e adultos com autismo e disfunções de melatonina  no cérebro. A melatonina é muito importante para iniciar o sono. Então, essa é outra área que abordamos em nossa clínica .... acabamos adicionando um pouco de melatonina a cada noite!

Para as crianças que têm problemas de iniciar o sono, geralmente começamos em nossa clínica com:

• Melatonina: ½ mg a 3 mg antes de se deitar
• 5 hidroxitriptofano (5HTP) 50 a 100mg. Eu descobri que este é especialmente útil quando tomado com vitamina B6 e magnésio
• Os suplementos de cálcio e magnésio
• Vitamina D3 dada com o jantar, geralmente cerca de 1000UI
• GABA 125 mg com jantar
• Vitamina B6 50mg com Niacinamida 500mg
• Inositol 100mg ao deitar (ajuda com o sono REM)
• As Ervas como a valeriana, e chá de camomila podem ser úteis, mas a maioria das crianças não vai tomá-las por não serem saborosas.

Se essas intervenções não forem bem sucedidas, eu posso adicionar o Benadryl ou o ibuprofeno durante a noite.
Isso ajuda com possíveis fontes alérgicas, bem como dor e inflamação.

Agora, para as crianças realmente difíceis, em que nenhuma das intervenções acima mostrou-se útil, medicamentos de prescrição podem ser necessários. O seu médico terá de ser envolvido aqui.

• A naltrexona (dose baixa): creme transdérmico ou oral, dar 2-4 mg ao deitar
• Hydroxyzine: esta é uma medicação antialérgica que pode ser útil
• Clonidina começando com ¼ a cada noite, mas pode ter que chegar a dosagem completa
• Trazadone 0.75mg-1mg/a cada quilo de peso corporal na hora de dormir
• Risperidona 0.25mg-1mg ao deitar
• Buspirona 2.5mg-5mg dividindo-a em duas vezes por dia

Medicamentos anti-convulsivantes: Estes podem realmente ajudar quando os padrões de ondas cerebrais anormais são vistos em EEG. Lamictal e Depakote realmente ajudam com o sono em crianças com transtornos convulsivos possíveis.

Tratamentos de terapia hiperbárica de oxigênio: Muitas crianças dormem incrivelmente bem com esta intervenção, de fato, parece ser uma das primeiras mudanças observadas.

Novamente, gostaria de salientar a importância de começar com a função intestinal, a fim de ajudar com problemas de sono.

E essa é a minha abordagem para ... dormir.




domingo, 20 de maio de 2012

Autoimunidade Cerebral ao Folato no Autismo





Esta postagem é baseada numa postagem do blog do Dr. Bradstreet.
Por: Claudia Marcelino.

As descobertas a cerca da autoimunidade ao folato no cérebro de autistas é surpreendente.
Mais de 50% dos seus pacientes apresentam marcadores de autoimunidade ao folato e isto é realmente surpreendente!
1º porque é uma situação que se diagnosticada precocemente, pode ser tratada e os sintomas de autismo serem completamente normalizados.
2º Porque é impossível diferenciar um paciente com autismo clássico de um paciente com resposta autoimune ao folato. Já pensaram que isto pode significar na cura de mais de 50% de pequeninos com diagnóstico de autismo ou transtorno do desenvolvimento?

Este assunto já foi tratado aqui no blog e você pode ler a respeito aqui.

Outra descoberta surpreendente destes estudos é a relação da autoimunidade ao folato e uma dieta rica em leite. 


A caseína, proteína do leite animal, faz reação cruzada com os receptores de folato e uma dieta livre de caseína, conforme a dieta SGSC preconizada para autistas, pode beneficiar enormemente estas crianças com diagnóstico de autismo, cujos pais sequer desconfiam da sua condição autoimune.
Infelizmente, muitos médicos continuam a ignorar os benefícios que uma intervenção nutricional pode proporcionar aos portadores do transtorno do espectro autista.

Mais sobre a relação e benefícios da dieta nestes links:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19282368

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2715943/

http://imfar.confex.com/imfar/2010/webprogram/Paper7038.html

Dr. Bradstreet:


Temos avaliado a auto-imunidade cerebral aos receptores de folato e os seus mecanismos de transporte em crianças com autismo. Enquanto os resultados são iniciais e não totalmente tabulados - somos surpreendidos pela freqüência de casos positivos. Certamente são mais de 50% dos casos.

Tradicionalmente, os sintomas da deficiência de folato cerebral apresentam-se como: retardo mental, retardo motor e alterações da marcha, movimentos anormais, tônus motor baixo, atrasos de desenvolvimento, problemas de fala, convulsões e muitas vezes uma cabeça pequena (microcefalia). Estes sintomas se cruzam com muitos dos sintomas observados nos casos de distúrbios do espectro do autismo (ASD), e particularmente em casos de Síndrome de Rett (RS é um tipo de ASD) são quase os mesmos, podendo facilmente serem confundidos.

Nós não usamos a autoimunidade ao folato como um biomarcador de rotina ainda, mas nos casos refratários ou complicados, é uma pista importante que é largamente ignorada no autismo.

Ao contrário da tradicional descrição da deficiência de folato cerebral, esses casos de auto-imunidade aos receptores de folato estão presentes com uma variabilidade significativa desde uma profunda deficiência a apenas ligeiras alterações.

O tratamento consiste no uso de 1-2mg/Kg/dia de peso corporal de ácido folínico - geralmente como o medicamento de prescrição: Leucovorin ®. No entanto, isso nem sempre resulta em melhora por si só, e especula-se que alguma forma de tratamento imunológico possa ser necessário também. Em apoio a este conceito, os pesquisadores descobriram que uma dieta livre de leite diminui a expressão da auto-imunidade (torna-se menos um problema). Isto pode explicar parcialmente porque dietas livres de lácteos são úteis para algumas crianças com ASD.

Certamente, esta é uma importante área de pesquisa emergente que requer mais investigação para compreendermos plenamente. Nesse meio tempo, continuo a achar que é um biomarcador útil em um importante subgrupo de crianças com ASD.

Aqui estão alguns links para saber mais sobre auto-imunidade cerebral ao folato.

http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa043160

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1469-8749.2008.02053.x/pdf

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1469-8749.2008.03185.x/pdf

http://repositorio.chporto.pt/bitstream/10400.16/433/1/Doc.5.pdf

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tylenol e a Epidemia de Autismo:

Continuando a escrever sobre o II Congresso Internacional de Tratamentos Biomédicos, a palestra do Dr. Shaw sobre a possível implicação de um único fator fortemente ligado a surpreendente estatística de 1 em cada 88 crianças nos EUA sendo diagnosticada atualmente dentro do espectro autista, me deixou completamente vidrada nas informações e boquiaberta!

Para ilustrar sua palestra, ele começou falando sobre o caso da Talidomida.

A talidomida chegou ao mercado pela primeira vez na Alemanha em 1 de outubro de 1957. Foi comercializada como um sedativo e hipnótico com poucos efeitos colaterais. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever a mulheres grávidas, para combater enjôos matinais.
Foi rapidamente prescrita a milhares de mulheres e espalhada para todas as partes do mundo (46 países), sem circular no mercado norte-americano. Mesmo assim, foi constatado o nascimento de crianças com membros mal formados, pois ao viajarem para outros países, estas mulheres por vezes compravam este medicamento e levavam para casa.

Os procedimentos de testes de drogas naquela época não revelaram seus efeitos teratogénicos. Os testes em roedores, que metabolizavam a droga de forma diferente de humanos, não acusaram problemas. Mais tarde, foram feitos os mesmos testes em coelhos e primatas, que produziram os mesmos efeitos horríveis que a droga causa em fetos humanos.

No final dos anos 1950, foram descritos na Alemanha, Reino Unido e Austrália os primeiros casos de malformações congênitas onde crianças passaram a nascer com focomielia, mas não foi imediatamente óbvio o motivo para tal doença. Os bebês nascidos desta tragédia são chamados de "bebês da talidomida", ou "geração talidomida". Em 1962, quando já havia mais de 10.000 casos de defeitos congênitos a ela associados em todo o mundo, a Talidomida foi removida da lista de remédios indicados.

Cientistas japoneses identificaram em 2010 como a talidomida interfere na formação fetal. Eles descobriram que o medicamento inativa a enzima cereblon, importante nos primeiros meses de vida para a formação dos membros.Por um longo tempo, a Talidomida foi associada a um dos mais horríveis acidentes médicos da história. Wikipédia.

Se os Estados Unidos se livrou relativamente da enorme tragédia da talidomida como aconteceu em outros países e sabemos hoje que o autismo é uma epidemia mundial, existiria algum lugar do planeta com baixíssimos níveis de autismo? E se existisse, o que o tornaria diferente do resto do mundo?

Sim este lugar existe e é Cuba!!!!!

Cuba tem uma rede médica bem integrada e produtiva com dados médicos da população bem cadastrados.
Cuba registra um índice de 0.04 de autismo na população, enquanto os EUA registra 12.5% a mais do que Cuba!
O que diferencia a população de Cuba do resto do mundo e principalmente dos EUA?
A exposição tóxica, claro!
Cuba policamente é isolada do restante do mundo com muitos embargos de produtos de consumo de toda a espécie. A população é pobre, não consome supérfluos muito menos comida industrializada e fast-food. No geral, é como se eles vivessem 40 anos atrás do restante da população mundial, o relógio parou na ilha e isto tem os mantido à parte de consequências que o mundo inteiro tem sofrido.

Em uma coisa Cuba é praticamente igual aos EUA: a quantidade de vacinas dadas as suas crianças - Cuba 34, EUA 36! Mas como assim?! Logo as vacinas que tem sido apontadas como responsáveis  pelo crescimento vertiginoso do espectro?
Aí devemos considerar três pontos interessantíssimos:
- A população de Cuba não tem o acúmulo tóxico ambiental no organismo devido a altíssima exposição como a população dos EUA tem e o principal, não há a comercialização indiscriminada de medicamentos analgésicos, dentre eles o tylenol, em farmácias ou supermercados com acesso livre a população.
- Também não há a recomendação médica maciça de uso de tylenol (acetaminofeno), como o único medicamento seguro para febre e analgesia, principalmente na 1ª infância e bebês. Crianças Cubanas NUNCA tomam medicamentos antipiréticos ou analgésicos junto com as vacinções, eles consideram a febre uma peça importante após a vacinação e não a combatem, é sinal de que o corpo está reagindo como deveria, ativado o seu sistema imunológico.

80% da medicação utilizada no Brasil como antipirética (para baixar ou prevenir febres) já é o acetaminofeno!!!

Mas o que tem isso? Não é um medicamento seguro?
Não!!!!!!!!!!! E estudos tem mostrado isso!

Tylenol ao ser metabolizado se transforma em NAPQI.

NAPQI é a sigla do químico N-acetil-p-benzo-quinona imina. É um sub-produto tóxico produzido durante o metabolismo do paracetamol (também chamado de acetominofeno).

NAPQI depleta a glutationa em grandes quantidades. Glutationa é o maior e mais importante antioxidante do corpo humano, responsável pela desintoxicação de todo tipo de produto tóxico. A depleção de glutationa pode trazer sérias consequências para o fígado, os rins e o cérebro.
A glutationa está implicada no autismo, sendo demostrada a sua ligação com a desordem em inúmeros estudos.
Inúmeros pediatras prescrevem tylenol e paracetamol como um medicamento seguro para ser usado como analgésico e antipirético junto das vacinações, alguns até os receitam de forma profilática, para serem tomados até 5 dias antes das vacinações e continuando após as doses!

Assim, após uma vacinação, quando há uma necessidade maior do corpo de mobilizar o sistema imunitário para construir anticorpos, a glutationa, a principal proteína de apoio para isso, está a ser destruída pelo NAPQI. É por isso que muitas das crianças do espectro do autismo têm uma grande variedade de sensibilidades ou sistemas imunológicos altamente debilitados (alergias, problemas intestinais). Parte do problema é que a concentração de acetaminofeno no líquido do Tylenol infantil é suficientemente elevada para produzir reações tóxicas, incluindo possível dano no fígado com doses repetidas durante vários dias.

NAPQI é um fenol e para ser neutralizado sem provocar danos, precisa de níveis adequados de sulfato, além de altos níveis de glutationa, justamente o que ele prejudica, ficando livre para provocar danos.
Acontece que o acetaminofeno (tylenol e paracetamol) tem sido prescrito por inúmeros obstetras como um medicamento seguro para utilização na gravidez.
Nesta fase a natureza providencia que os níveis de sulfato circulantes no corpo materno aumente 3 vezes para poder criar uma reserva para o feto. A mulher pode fabricá-lo a partir de certos aminoácidos, mas um feto é incapaz de produzi-lo por conta própria, dependendo exclusivamente do sulfato de sua mãe.
O sulfato é uma peça chave para o desenvolvimento cerebral. Se a mãe toma uma droga que depleta esta substância na gravidez, o risco de problemas neurológicos na criança fica enorme!

Sobrepondo os gráficos de controle de autismo e o de uso do medicamento acetaminanofeno, fica muito claro a importância que um único ítem tem sobre a epidemia do espectro de atismo.






Foi a partir de 1980 que a utilização de acetaminofeno começou a se tornar popular, após um aviso do CDC relacionando a Síndrome de Reyes ao uso de aspirina.
Em 1982 e em 1986 houve um pânico geral nos EUA devido a contaminação de comprimidos de acetaminofeno com o veneno cianida, resultando em 8 mortes e diminuindo enormemente o seu uso. Assim que o pânico baixou e o consumo voltou a aumentar cerca de um ano depois, também aumentaram os diagnósticos de autismo.
O gráfico continua subindo: quanto maior o consumo de acetaminofeno, maiors os casos de desordem do espectro autista.

Todos estes dados perplexos, me levaram a pensar no incrível trabalho de conscientização do Dr. Renan Marino que relaciona o aumento da toxicidade da dengue e o absurdo número de mortes provocados por esta doença, ao perigoso hábito de prescrição do tylenol como  único remédio seguro para se associar aos sintomas da doença.  Leia mais sobre isto aqui.

Concluindo:

Só podemos ficar atônitos com a lezeira geral que paira sobre a educação, formatada para produzir seguidores e não, pensadores.
Acesso à informação é a única coisa que pode livrar nossas vidas de todos os males. 

Referências:






Acetaminophen use in MMR vaccination and autism: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18445737

Sulphation Deficit in low functioning autism: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10435209

domingo, 15 de abril de 2012

Colesterol e Autismo

Neste último fim de semana, estive no II Congresso Internacional de Tratamentos Biomédicos para o Autismo em SP.
As palestras foram bem interessantes e como sempre, aprendi algo diferente e que pode influenciar diretamente a vida de meu filho.
Já havia assistido a palestra do Dr. Shaw sobre o envolvimento de baixos níveis de colesterol total nos sintomas de autismo. Sinceramente não tinha dado muita importância ao tema, pois os sintomas que ele descrevia, de hipoatividade, eram completamente diferentes dos de meu filho que é hiper. Neste congresso ele voltou a falar sobre o colesterol sempre falando que é um ponto muito importante a ser considerado nos portadores de autismo porque 57% dos pacientes apresentam níveis abaixo de 160 mg/dl agravando, ou emperrando melhoras no tratamento. 
Por curiosidade, fui verificar os exames de meu filho do ano passado. Me surpreendi  ao verificar que seus níveis se encaixavam nos 57%!!! Seu colesterol estava em 136 mg/dl e provavelmente agora deve estar mais baixo ainda, visto que não consome ovos devido  a alergia tanto à clara, quanto à gema.






Traduzo abaixo uma postagem feita pelo Dr. Kurt Woeller, que explica bem o que foi passado na palestra.


Vamos falar sobre o baixo colesterol ou os problemas de colesterol observados no autismo e as terapias que podem ser usadas ​​para ajudar a aumentar o colesterol. 
É interessante já que falamos tanto na medicina ao longo dos anos sobre o colesterol elevado. 
Sabemos que o colesterol elevado é um precursor de doença cardíaca pode ser um fator de risco para doença cardíaca e acidente vascular cerebral se o nível de colesterol subir muito alto. Você muito raramente ouve sobre o colesterol baixo. 
A maioria dos médicos olham para baixo colesterol e dizem "Oh muito bom! você está fazendo um bom trabalho em manter o colesterol baixo".O problema é que você pode ir muito baixo. 


Sabemos que quando o seu colesterol é baixo demais pode criar problemas com hormônios em seu corpo, a função imune do organismo, bem como o sistema nervosoO colesterol é um equilíbrio, assim como qualquer coisa no corpo, tudo está no equilíbrio. Você pode ter certas coisas que serão problemáticas tanto se forem muito altas, quanto se forem muito baixas. 
Um exemplo perfeito seria coisas como sódio e potássio. Se os níveis de sódio ficarem muito altos ou os níveis de potássio, será um problema e se eles ficam muito baixos também não é bom. 
O colesterol é da mesma maneira. O colesterol é muito importante para o desenvolvimento hormonal. O colesterol é na verdade o precursor dos hormônios sexuais, testosterona, estrogênio, progesterona, DHEA. É também o precursor de cortisol, que é um hormônio de stress no corpo, que ajuda a controlar a inflamação e um hormônio que ajuda a controlar os níveis de potássio e sódio no corpo. Então, o colesterol desempenha um grande papel no desenvolvimento hormonal.


O colesterol é também importante na função imunológica e é muito crítico para o desenvolvimento do cérebro. O colesterol constitui uma percentagem muito grande da nossa membrana celular. A membrana celular é o que ajuda as células a comunicarem umas com as outros. 
O colesterol está também envolvido na mielina. A mielina é o que  envolve as células nervosas que ajudam na velocidade de condutividade de impulsos elétricos entre as células.
O colesterol é muito, muito importante para a nossa saúde em geral. 


Agora, o que foi descoberto, através do trabalho do Dr. Shaw e do Laboratório Great Plains, é que muitas pessoas do espectro do autismo têm colesterol muito baixo. Não é como na doença genética chamada SLOS que é onde essas crianças não possuem uma enzima especial que os ajuda a realmente produzir quantidades suficientes de colesterol.  Nesta doença genética denominada SLOS, os níveis podem ser extremamente baixos, por vezes menos do que 60 ou mesmo 50 nos exames de sangue. Às vezes, os níveis podem descer ainda mais baixo do que isso. As crianças com este defeito genético muitas vezes apresentam comportamento autístico associado. Eles tendem a mostrar um monte de comportamento agressivo, irritabilidade, comportamento auto lesivo, problemas de aprendizagem, problemas cognitivos, etc
Eles descobriram que certos indivíduos com SLOS também tem autismo. 


O que temos encontrado na prática clínica através de exames, é que a maioria das crianças com o espectro têm baixos níveis de colesterol também. Não ao nível das crianças SLOS, mas ainda baixos para o que é considerado ótimo. Na verdade, estamos procurando um nível de colesterol total de 170 a 180 sendo o ideal. 
O que eles descobriram é que menos de 160 pode coincidir com vários sintomas, como: comportamentos agressivos, problemas comportamentais e problemas de aprendizagem, etc
Ao normalizar os níveis de colesterol entre 170 e 180, muitas vezes percebe-se uma grande melhora desses comportamentos. 


Em média a maioria das crianças que eu tenho visto estão entre 110 a 120.
Tipicamente, a única maneira de obter-se os níveis de colesterol é comendo grandes quantidades de ovos, pois há cerca de 250 mg de colesterol por ovo. Ou você pode comer miolos de animais ou fígado, o que não agrada a muitas pessoas. 
Por isso, muitas crianças com a condição de colesterol baixo, estão comendo ovos todos os dias, o que torna-se um problema para os que apresentam intolerância ou alergia a ovos.


 A New Beginnings, que é uma das companhias de suplementos que eu uso normalmente na minha prática, traz um suplemento especial chamado colesterol SONIC. Cada cápsula deste suplemento apresenta 250 mg de colesterol puro, não derivado de ovos, por isso é antialérgico.
Isso é uma coisa muito eficaz de usar para ajudar a elevar os níveis de colesterol de volta para os valores normais. Na minha prática, eu não tenho visto uma criança ir de um colesterol muito baixo para um colesterol muito alto com este suplemento. Geralmente necessita-se de três a quatro meses de utilização deste suplemento especial para obter os níveis acima. Não é algo que muda rapidamente os níveis em exames de sangue. Você pode, entretanto, às vezes ver mudanças rápidas no desenvolvimento cognitivo e nos problemas de comportamento quando você implementa a suplementação de colesterol.


A suplementação de colesterol é uma terapia muito, muito importante e eu tenho visto e usado na minha prática com sucesso muito bom. Uma das coisas que você tem que procurar com os seus filhos se você estiver fazendo qualquer tipo de exame de sangue através de um pediatra, neurologista, etc, é pedir um painel de colesterol ou o que é chamado de perfil lipídico. Você pode ver o valor do colesterol total. Se for inferior a 160, pode ser interessante a suplementação.


Outro fato importante sobre o colesterol, é a sua ligação com a oxitocina.


A oxitocina tem sido um tema recorrente no autismo.
A oxitocina é um hormônio, muitas vezes denominado como o hormônio do amor e está ligado ao prazer e bem estar nas relações sociais.
No autismo a sua deficiência está ligada a ansiedade social, ao reconhecimento de feições faciais e entonação de voz para a expressão de desejos e estados emocionais.


É importante compreender que o colesterol e a oxitocina estão ligados porque o colesterol é um produto químico de ativação para os receptores de oxitocina no cérebro. Se seu filho não tem colesterol suficiente para a produção da oxitocina, seu cérebro não vai funcionar tão bem já que não tem colesterol suficiente para ativar esses receptores de oxitocina. 
Isto pode acarretar um grande aumento de ansiedade, já que a pessoa não será hábil em "ler" as pistas corporais de intenções emocionais das pessoas.


Mais informações nos links abaixo:


http://www.greatplainslaboratory.com/home/chinese/cholesterol.asp


Autism: the role of cholesterol in treatment: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18386207

domingo, 25 de março de 2012

Autismo - Iniciando o Tratamento Biomédico:

Tradução de Claudia Marcelino para o artigo da Autism File.



Introdução

As crianças diagnosticadas com transtorno do espectro do autismo (ASD) apresentam comportamentos repetitivos, têm dificuldade com a comunicação e enfrentam desafios na socialização com os outros. Enquanto as crianças com ASD exibem uma combinação desses sinais, é de extrema importância nos concentrarmos em tratar as causas subjacentes. A abordagem biomédica do autismo visa resolver os problemas genéticos, epigenéticos e bioquímicos, que são as causas subjacentes dos sintomas de nossas crianças. Epigenética é o processo pelo qual o nosso DNA se expressa. Isto ocorre através da ativação e desativação de genes e pode ser severamente afetado pelo ambiente. Insultos do ambiente levam a várias alterações bioquímicas epigenéticas, por sua vez, levam a mudanças na forma como se comportam as crianças com ASD. Essas agressões ambientais podem levar a mudanças bioquímicas que se manifestam como ciclos viciosos. A abordagem biomédica do autismo visa interromper estes ciclos viciosos em um esforço para restaurar a funcionalidade.

Esta abordagem pode ser resumida como "tirar o que prejudica, e dar o que cura." Esta abordagem, tentar interromper os vários ciclos viciosos, incluindo disfunção gastrointestinal, metilação deficiente, desintoxicação deficiente, e desregulação do sistema imune. Porque estas crianças têm problemas metabólicos subjacentes causados pela genética, epigenética, e toxicidades adquiridas do ambiente, elas melhoram quando tratamos estes problemas metabólicos. ASD é emocionalmente desgastante para os pais e tremendamente difícil de descobrir por um médico, por isso, as crianças com ASD alcançam benefícios maiores quando as intervenções biomédicas são feitas em conjunto com as terapias adequadas de comportamento. É quando nós aplicamos a abordagem biomédica que as crianças com ASD fazem os maiores avanços comportamentais!

Identificar deficiências minerais e vitamínicas

Corrigir as deficiências de vitaminas e minerais por meio de suplementação é um componente essencial para restaurar a saúde de nossas crianças. Muitas crianças com ASD são seletivas, com um repertório limitado na dieta. Além disso, dietas terapêuticas de exclusão (sem glúten e caseína, dieta de carboidratos específicos, etc) são estratégias de tratamento prioritárias, mas podem ampliar a necessidade de suplementação nutricional. Esses fatores, quando combinados com uma tendência para má digestão e absorção inadequada de nutrientes dos alimentos, podem resultar em deficiências nutricionais.
Deficiências comuns minerais e vitamínicas em crianças com ASD incluem zinco (1, 2), vitamina B6 e magnésio (3,4), ácidos graxos essenciais (EFAs) (5,6,7), vitamina A, vitamina D e vitamina E, para citar apenas alguns. Estabelecer o protocolo de suplementação correta para uma criança com necessidades nutricionais individuais irá melhorar a eficácia de outras intervenções biomédicas. A suplementação pode ajudar a reduzir o efeito negativo dos ciclos viciosos através da promoção da metilação, melhorando a desintoxicação, o fortalecimento do sistema imunológico e reduzindo o estresse oxidativo. Muitas das famílias dos meus pacientes relatam que as taxas de aquisição de novas competências aumentam assim como o aprendizado geral, uma vez que as necessidades nutricionais foram superadas.

Apesar da nossa compreensão geral de que as crianças com ASD requerem algum tipo de suplementação nutricional, é importante prestar atenção nas carências de cada um. A melhor maneira de determinar as necessidades específicas de seu filho é consultar com um médico que realiza os testes iniciais para estabelecer uma base. Esteja ciente de que o uso de algo que está disponível como um produto pronto não o torna necessariamente seguro para sua criança ou apropriado para sua situação.
Satisfazer as necessidades nutricionais de seu filho é uma das melhores maneiras de estabelecer uma base firme para outras intervenções biomédicas que você possa estar pensando. Pode ser uma das maneiras menos invasivas e mais rentáveis para começar a melhorar a saúde de seu filho!

Recuperar o intestino

Mudanças na dieta podem ser fundamentais para cuidar de crianças com autismo. No Holland Center and Clinic, nós comumente solicitamos a dieta SGSC como uma intervenção precoce. 8, 9,10 Freqüentemente há muitas pistas no exame físico e história do paciente que nos levará a uma sugestão dietética específica. A "teoria dos opiáceos" sugere que tanto o glúten e a caseína podem ter um efeito opiáceo no cérebro de seu filho. Devido à atividade defeituosa de enzimas digestivas no intestino (comum em ASD), o glúten e a caseína permanecem sem serem digeridos. Estas partículas não digeridas permanecem em circulação e podem imitar os efeitos dos opiáceos. É bastante comum conhecer histórias de crianças que consomem grandes quantidades de alimentos ricos em glúten e caseína e, em seguida, exibem o efeito de opiáceos. A enzima que muitas vezes não funciona corretamente é DPP-IV (dipeptidil peptidase-IV). Ingerir enzimas digestivas específicas podem ajudar à digestão, o que leva a uma diminuição da resposta inflamatória aos alimentos. A inflamação no intestino conduz a um ciclo vicioso de permeabilidade da parede intestinal alterada, aumentando a reação aos alimentos. As enzimas também podem ter um efeito positivo sobre a metilação porque quando a metilação é suportada, a desintoxicação melhora, levando a uma melhoria geral na saúde do seu filho.
Um dos elementos-chave em melhorar a saúde digestiva é restaurar o equilíbrio no intestino. O sistema digestivo é o lar de bactérias saudáveis, bactérias insalubres, e leveduras. Quando estes três elementos não estão em equilíbrio, uma criança pode desenvolver disbiose. Esse desequilíbrio faz com que o crescimento de levedura, leve a problemas de comportamento, agressividade, distúrbios do sono, distúrbios intestinais e inúmeros outros. Ajustes na dieta e suplementação podem ajudar a controlar a disbiose. Infelizmente, o mau uso de antibióticos na comunidade médica tem levado a muitas crianças desenvolver a disbiose. Felizmente, o controle de leveduras através de intervenções dietéticas, prebióticos, probióticos (boas bactérias), e 11 Saccaromyces boulardii (levedura boa) pode ajudar a expulsar as bactérias ruins. Quando necessário, prescrições de medicamentos antifúngicos são muitas vezes incorporadas para ajudar a restaurar o equilíbrio no intestino.

Desintoxicação em um Mundo Tóxico

O mundo em que vivemos é tóxico, e crianças com ASD são geneticamente predispostas a serem suscetíveis a esta toxidade. Nossos filhos estão sendo bombardeados diariamente por substâncias químicas que estão afetando seus ciclos de metilação e desintoxicação.12
Estes ciclos afetam negativamente o sistema imunológico, a função cerebral, e a saúde em geral.13, 14 Quando o corpo está sob estresse tóxico, tem que ajustar seu metabolismo para lidar com o estresse. A metilação é o processo pelo qual o corpo ativa os seus genes ligando-os e desligando-os. Quando a metilação não está funcionando corretamente, ela precisa ser "resgatada" por um sistema de desintoxicação saudável. Quando o sistema de desintoxicação de uma criança é esmagado, a criança está perpetuamente em um ciclo vicioso de toxicidade.
Em um esforço para reduzir o efeito negativo que o ambiente tem sobre as vias de desintoxicação do seu filho, você pode começar por reduzir a carga tóxica. Há muitas estratégias que os pais podem implementar para começar este processo, alguns com relativa facilidade:

 * Compre alimentos orgânicos
    * Purifique sua fonte de água
    * Use produtos naturais de limpeza
    * Evite pesticidas em seu gramado
    * Evite retardadores de chama, sempre que possível
    * Coloque um purificador de ar no quarto de seu filho
    * Remova o bisfenol-A (BPA), fitalatos (plásticos moles), e químicos que imitam hormônios.15

Ao reduzir a carga tóxica, queremos limitar a quantidade de produtos químicos que podem afetar a metilação de uma criança e as vias de desintoxicação. Apesar dos melhores esforços para fazer escolhas saudáveis e viver um estilo de vida "verde", é praticamente impossível eliminar todos os níveis de contato com as toxinas. Os instrumentos primários deste processo são o fígado, rins, e o trato gastrointestinal. Felizmente para nós, nossos corpos possuem uma incrível capacidade de desintoxicar. Essencialmente, estamos todos expostos a riscos ambientais em uma base diária, no entanto, alguns de nós estão mais preparados geneticamente para desintoxicar a nós mesmos. Se pudermos reduzir a carga tóxica e melhorar os caminhos de metilação e desintoxicação, podemos ter efeitos positivos dramáticos para a saúde em nossas crianças.
Nós sempre comprovamos que crianças com ASD possuem sistemas de desintoxicação naturais deficientes, resultando num aumento incrível de lixo metabólico.16, 17 Nós, como pais e médicos, precisamos implementar estratégias para reduzir a toxidade química dos nossos filhos e os níveis de toxicidade de metais pesados. Algumas ferramentas na abordagem biomédica do autismo que se destinam a estas questões são:

    * Aumentar o apoio antioxidante
    * Terapia com glutationa
    * Suplementação de vitamina B12
    * Terapia de quelação
    * Sauna de infravermelho

Imunidade e Inflamação

Há um consenso geral entre a comunidade médica que a inflamação sistêmica desempenha um papel significativo no autismo. De grande preocupação para nós é a inflamação gastrointestinal e neurológica. Qualquer tipo de inflamação crônica, independentemente da sua fonte de origem, pode ter um impacto negativo sobre o cérebro. Quando a inflamação ocorre no intestino, pode conduzir a um sistema imunitário que se torna desregulado. Inflamação provoca um sistema imunológico desregulado, o que pode levar a infecções crônicas, alergia e autoimunidade. O sistema imunológico desregulado pode produzir anticorpos contra o cérebro no ASD, causando lesão cerebral.
Felizmente, temos vários meios à nossa disposição para resolver esta resposta inflamatória. Por exemplo, Actos é um medicamento originalmente usado para controlar os níveis de açúcar no sangue em diabéticos. Também tem sido demonstrado que têm efeitos anti-inflamatórios em crianças com TEA. A espironolactona é mais comumente usada como um medicamento para tratar a pressão arterial elevada. Espironolactona também demonstra propriedades imunológicas modificadoras, além de ser um potente anti-inflamatório.18

A grande discussão recentemente tem-se centrada sobre o uso de oxigenoterapia hiperbárica (OHB) para o autismo. OHB utiliza concentrações aumentadas de oxigênio em um ambiente com maior pressão atmosférica do que a normal, levando a uma maior quantidade de oxigênio dissolvido no sangue do que pode é conseguido sob condições normais. (Veja também o artigo do Dr. Lauren Underwood "Entendendo o uso de oxigenoterapia hiperbárica como uma opção de tratamento para crianças com autismo" na edição # 34.) As crianças com ASD geralmente apresentam sinais e sintomas de neuroinflamação e lesão cerebral, e oxigênio tem um efeito curativo sobre o tecido danificado. Então, crescentes níveis de oxigênio, aumentam as taxas de cura. Usar a alta pressão da OHB permite que o oxigênio para penetre mais profundamente nos tecidos danificados. Uma pesquisa em curso suporta esta intervenção como uma opção de tratamento, não-invasiva para crianças com ASD.19, 20

Conclusão

A abordagem biomédica para o tratamento do ASD é um esforço para restaurar o equilíbrio bioquímico nas nossas crianças. Fazemos isso através da interrupção de um ou mais dos ciclos viciosos que podem estar ocorrendo em seu filho. Embora saibamos que a ASD possui um componente genético, os insultos ambientais que estão contribuindo na epigenética para a nossa atual epidemia! 21 A disfunção gastrointestinal, a metilação diminuída, a desintoxicação deficiente, e alteração no sistema imunológico são os ciclos que precisam ser abordados. Encorajo-vos a construir um relacionamento com um médico que tenha sido treinado a utilizar a abordagem biomédica. Através de extensa história, exame físico minucioso, cuidadoso e com análise laboratorial, podemos criar um plano terapêutico global para o seu filho. Ao tratar a origem do problema biomédico, nós damos a sua criança uma chance de melhorar de comportamento. As crianças com ASD respondem à intervenção comportamental, mas eles o fazem com mais sucesso quando a sua saúde é restaurada!

Referências:

1 Yorbik O, et al. Zinc status in autistic children. J Trace Elem Exp Med. 2004;17(2):101-107.

2 Bilici M, et al. Double-blind, placebo-controlled study of zinc sulfate in the treatment of attention deficit hyperactivity disorder. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 2004;28(1):181-90.

3 Mousain-Bosc M, et al. Improvement of neurobehavioral disorders in children supplemented with magnesium-vitamin B6. II. Pervasive developmental disorder-autism. Magnes Res. 2006;19(1):53-62.

4 Mousain-Bosc M, et al. Magnesium VitB6 intake reduces central nervous system hyperexcitability in children. J Am Coll Nutr. 2004;23(5): 545S-548S.

5 Meguid NA, et al. Role of polyunsaturated fatty acids in the management of Egyptian children with autism. Clin Biochem. 2008 Sep;41(13):1044-8.

6 Amminger GP, et al. Omega-3 fatty acids supplementation in children with autism: a doubleblind randomized, placebo-controlled pilot study. Biol Psychiatry. 2007;61(4):551-3.

7 Stevens LJ, et al. Omega-3 fatty acids in boys with behavior, learning, and health problems. Physiol Behav. 1996;59(4-5):915-20.

8 Whiteley P, et al. The ScanBrit randomised, controlled, single-blind study of a gluten- and casein-free dietary intervention for children with autism spectrum disorders. Nutr Neurosci. 2010 Apr;13(2):87-100.

9 Knivsberg AM, et al. A randomised, controlled study of dietary intervention in autistic syndromes. Nutr Neurosci. 2002;5(4):251-61.

10 Hsu CL, Lin CY, Chen CL, Wang CM, Wong MK. The effects of a gluten and casein-free diet in children with autism: a case report. Chang Gung Med J. 2009;Jul-Aug;32(4):459-65.

11 Erdeve O, et al.  The probiotic effect of Saccharomyces boulardii in a pediatric age group. J Trop Pediatr. 2004 Aug;50(4):234-6.

12 DeSoto MC. Ockham’s Razor and autism: the case for developmental neurotoxins contributing to a disease of neurodevelopment. Neurotoxicology. 2009 May;30(3):331-7.

13 Windham GC, et al. Autism Spectrum Disorders in Relation to Distribution of Hazardous Air Pollutants in the San Francisco Bay Area. Environmental Health Perspectives. 2006 September;114(9):1438-1444.

14 Adams JB, et al. The severity of autism is associated with toxic metal body burden and red blood cell glutathione levels. J Toxicol. 2009;2009:532640.

15 Diamanti-Kandarakis E., et al. Endocrine-Disrupting Chemicals: An Endocrine Society Scientific Statement. Endocrine Reviews 30(4): 293-342.

16 Nataf R, et al. Porphyrinuria in childhood autistic disorder: implications for environmental toxicity. Toxicol Appl Pharmacol. 2006. 214(2):99-108.

17 Geier DA, et al. Biomarkers of environmental toxicity and susceptibility in autism. J Neurol Sci. 2009;280(1-2):101-8.

18 Bradstreet JJ, et al. Spironolactone might be a desirable immunologic and hormonal intervention in autism spectrum disorders. Med Hypotheses (2006), doi:10.1016/j.mehy.2006.10.015

19 Rossignol DA, Rossignol LW. Hyperbaric oxygen therapy may improve symptoms in autistic children. Medical Hypotheses. 2006;67: 216–228.

20 Rossignol DA, et al. Hyperbaric treatment for children with autism: a multicenter, randomized, double-blind, controlled trial. BMC Pediatr. 2009 Mar 13;9(1):21.

21 Deth R, et al. How environmental and genetic factors combine to cause autism: A redox/methylation hypothesis. Neurotoxicology. 2008: 29(1):190-201.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...